Lenta, desperta a balada,
A balada do meu sonho, lenta...
E vejo a terra a entretecer o nada,
E o céu de preces que o azul sustenta.
Lento tropel abandona lento
As hordas mais frescas do som dedilhado
Nas harpas coruscantes do alento,
Na lentidão da canção e seu cardo.
Canção vagarosa, afeição calma e tarda
De tudo porque sou, porque amo, penso,
Porque o agora é uma canção sagrada
Sorrindo o girassol e o meu vergão de incenso.
O incenso da minha balada sulfurosa
Lentamente cavalgando pelos astros
Que no oriente da volúpia tarda
Estende lentas velas pelos lentos rastros.
Lenta a balada singra meu cansaço,
Mais lenta dorme a meus pés de fogo,
E eu já conto os tropéis, que meu abraço
Vai dormitar aos pés de lento rogo.
1992
sexta-feira, 6 de junho de 2008
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