domingo, 8 de junho de 2008

Evocação à poesia

Poema, ergue as asas de diamante,
Vôo original de acesos lábios,
Púrpura sanguínea de tronos fantásticos,
Mergulho no acaso azul do verso.

Nesta tarde saudosa e condoída
Canta, gôndola preciosa dos instantes,
Canta o largo coração de ais cingido
E o ouro que recama a tez do espaço.

Evoca a mensagem há muito esquecida
Quando pelas ruas da infância as pedras falavam,
Desprende as correntes invisíveis
Presas nas fortes colunatas do relógio.

Abala os motivos da vida, plena existência
De figuras móveis e palavras do possível,
Para que um dia os astros murmurantes
Lembrem o lampejar solene de mil bocas.


Julho de 1993

Um comentário:

Anônimo disse...

Este é um poema maravilhoso, de enorme força e imagética surrealista, digna de um Rimbaud, por exemplo.
Saber que o poeta tinha 16 anos quando o escreveu,também como o franês, é espantoso.
Saudações a este jovem gênio da poesia brasileira que ora se revela neste seu blog, e lá no RL.
Um abraço da
Lucia Welt