domingo, 6 de abril de 2008

O Inimigo

Adaga oculta em flores, eis o inimigo,
A voz acaricia e o gesto oculto fere
Monstro de acerbas garras, teu perigo
É a turbação que ao cauto onere

Alegre ante os suplícios de um jazigo
Onde a própria altivez se desespere
Impondo o teu veneno ao puro figo
E o ósculo de amor que o verão tempere

Na lei do ódio tem empenho
Por mais que o rival então lhe ria
Adagas tem afiadas de cruel engenho

Converte, oh tempo, o mal em cinza fria...
Que em danos desse lobo à juventude tenho
Mas faz que raie mais serena a cotovia.

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