quarta-feira, 2 de abril de 2008

Soneto da Antítese

Prezados sonhos de Don Juan sonhei na treva
Entre a dor pungente do abismo que neva
E a gula devassa das musas do lupanar
Cujo anseio nu de amor espancava o luar.

Um tempo horrendo de desejos a flutuar
Enquanto a aurora era dor a se assombrar
E o ócio noturno, temperando com versos
Gelava unilateralmente os lírios dos universos.

Hoje as manhãs são confidenciais ternas
Vozes do ermo em solidões eternas
Propõe amores ao umbigo e leis

Suavizadas em estâncias ermas
Nada de dores e mortes enfermas
Júbilos dos sóis e poentes de reis.

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