domingo, 6 de abril de 2008

O Amor e o Ouro

Asas plenas, rumemos ao encontro,
É participação, celebrando o momento
Eleva-se ao azul o lírico pensamento
Segreda aos astros as razões de amar
E gera o sentimento, em cujo ímo santo
É a esfera um hino de suave acalanto
O vivedor navega em intermezzo de paz
No templo do amor, quando a liberdade apraz.

O amor redime desde o melhor ao mais vil
Cantam, infundem loas as celestes harmonias
Encharmescidas ondas de alvas erradias
Esculpem a aurora no reflexo do luar
Une pares e povo, compõe banquetes, festas
Afasta para o caos as hordas funestas
Das lamentações, em seu manto tece
Perpétua luz que em júbilos amanhece.

Escravos das paixões, querem os homens reinar;
O que soa-lhes o ouro com voz melosa e macia?
- “Abro-te o arcano dos mundos, a arca erradia
Dos prazeres contundentes de ter!” Ele evoca
A felicidade da posse, augusta calmaria
Por onde a segurança confortos alicia
Ele vence as consciências em dourado matiz
A necessidade gera e ao mendigo maldiz.

Na densa treva anseiam os seres a luz
O amor promove à claridade mundos
Êxtases primaveris, prazeres tão jucundos
Afasta para longe de ti o severo juiz
Que profana o templo sacro das segundos
Com seus escarros insanos, absurdos
Voa no amor e no ouro, consorciados
Tornando os instantes líricos e sagrados.

Nenhum comentário: