Esperança de amor que me tens composto
Altivo quadro onde ridentes rosas
Incitam as auroras líricas, formosas...
E o bando dos corcéis sobre o luar de Agosto
Mata essa mágoa acerba, cujo desgosto
Fere a canção do caos, dura, extremosa,
Perfaz em benção a esfera dadivosa
Que entretém os amantes com suave gosto
Só de esperança e de deslumbre de beleza
É composta a mansão do lírico abandono
Que assim comove de esplendor a natureza
Mas a incerteza mata o tempo, traz o dano
E onde se supunha mais indômita correnteza
Mora um orgulho acerbo, desumano.
domingo, 6 de abril de 2008
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